Motor

Vendas podem cair de 10% para 20% em 2020

Fernando Calmon

O piloto brasileiro está a andar com o seu veículo muito menos devido à crise causada pela Covid-19 e ao consequente distanciamento social. Pelo menos duas referências o provam. O Banco Interamerico de Desenvolvimento (IDB) estima que a queda tenha sido de 50% em relação à primeira semana de março. A referência parte dos indicadores de aplicação da rota waze amplamente utilizados no país.

Estes dados alinham-se com a aplicação de manutenção de monitorização em tempo real Vai, da startup brasileira Wings, que analisa o perfil de tiro do modem e do GPS instalados nos carros. A empresa reporta um impacto de cerca de 50% causado principalmente por uma quota muito elevada de veículos que simplesmente deixaram de circular desde o início do mês. A queda não só foi maior porque os proprietários de frotas ainda não abrandaram, em grande parte porque fornecem serviços essenciais. A referência é 1 a 27 de março.

É difícil fazer projeções sobre o que vai acontecer no novo mercado automóvel em abril e nos próximos meses. No primeiro semestre de março as vendas foram relativamente bem, cerca de 9.000 unidades por dia. No entanto, houve uma queda súbita, na segunda quinzena, de aproximadamente 80%. O resultado deve-se também às dificuldades de apaziguar os automóveis em mercados-chave como São Paulo e Rio de janeiro.

O consultor Francisco Mendes, que acumula grande experiência no novo setor de retalho de veículos, falou-me de cenários de abril a dezembro. Disse que já teve duas hipóteses para 2020, ambas negativas, nos números de 2019. Tudo dependerá do tempo da inevitável quarentena para atenuar a curva de expansão da doença virótica originária da China no final do ano passado.

Se na maior parte do país o isolamento horizontal se mantiver até 22 de abril, logo após o feriado de Tiradentes, a queda no ano será de até 10% em relação a 2019. Basicamente porque abril será fortemente negativo, refletindo-se em maio e junho. As ações são altas e será difícil encontrar compradores. As fábricas de veículos permanecerão fechadas até pelo menos 30 de abril. A produção vai voltar lentamente, mas não se pode projetar a que ritmo.

O segundo cenário é uma queda de até 20% no ano com consequências ainda mais graves, incluindo no PIB do país. Mendes diz que, por dever de posse, também deve projetar esta hipótese bastante dolorosa. Neste caso, a maioria dos concessionários ficará sem capital de maneio no terceiro trimestre.

Sou economista, mas confesso que a economia muitas vezes não se comporta como ciência exata. É difícil prever o humor dos consumidores. Ambos podem iniciar um processo de otimismo e voltar às compras, bem como manter o pessimismo e adiar o regresso às lojas. Acredito que se o ambiente político em Brasília ajudasse e as reformas económicas avançassem, seria melhor para todos”, concluiu Mendes.

Na verdade, há muita incerteza no horizonte. Anteriormente houve uma queda no mercado interno de 27%, de 2014 a 2015 e de 20% de 2015 para 2016. Mas foram graduais. O súbito mergulho assusta muito quando se esperava um crescimento de até 9% em 2020.

Roda Alta
Evento virtual na Colômbia mostrou Onix RS já visto a correr no Brasil. O modelo, no entanto, apresenta apenas alterações estéticas: teto pintado a preto e rodas, airfoil vistoso e apliques vermelhos no interior. O mercado colombiano pode até aceitar esta configuração. Quanto ao Brasil e à Argentina, o acrónimo RS teria de incluir mecânicas atraentes.

RANGER STORM traz visual e desempenho que se refere ao uso off-road, bem como suas próprias soluções, tais como snorkel, reamers de para-choques estruturais, estribos tipo plataforma, arco protetor e luzes traseiras exclusivas. Grelha frontal muito chamativa. O motor é o mais potente da gama (200 cv; 47,9 kgfm). Recebe pneus mistos especiais da Pirelli. R$ 150.990.

A TOYOTA prepara um ligeiro reenso da pick-up média hilux, fabricada na Argentina, mas não se estreará em 2021. As alterações focam-se na grelha, faróis e lanternas, além do sistema multimédia. O modelo lidera entre as pick-ups no país vizinho (há líder absoluto devido à queda acentuada das vendas de automóveis) e também no Brasil. A potência básica do motor deve aumentar.

A AUDI iniciou o processo de compensação das emissões de CO2 nas suas atividades no Brasil. Começou no seu centro técnico em São Paulo (SP) através da energia solar. Outros painéis fotovoltaicos de alta potência foram instalados em terrenos na cidade vizinha de Cajamar. A funcionalidade é comumente utilizada na Alemanha por vários fabricantes. Aqui a Honda usa parque eólico com o mesmo propósito.

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